As startups têm grande dificuldade em sobreviver. Dados de uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral mostram que 25% delas encerram suas atividades em seu primeiro ano e 50% não conseguem chegar até os 4 anos.
Vários fatores contribuem para esse cenário, mas um dos principais é a falta de planejamento financeiro das startups.
Frequentemente, os empreendedores se concentram na criação de produtos e serviços inovadores. Mas se esquecem que as startups precisam gerar lucro o mais rápido possível.
Por isso, neste post você encontrará várias dicas de gestão financeira para startups. Confira!
Dicas de gestão financeira para startups
Quanto maior o conhecimento em gestão financeira para startups, maiores vantagens competitivas o empreendedor adquire no mercado. Por isso, é fundamental estudar as melhores práticas e ferramentas disponíveis.
Veremos os pontos principais que devem ser abrangidos:
Rastreie os custos fixos e variáveis
O lançamento e a manutenção de uma nova startup resultam em gastos que podem se originar em diversas fontes, sendo fixos e variáveis.
Por isso, nos estágios iniciais de uma startup, é essencial manter essas despesas sob controle, até mesmo para que ela se mostre vantajosa aos olhos de potenciais investidores.
Custos fixos são aqueles que não se alteram, independentemente do volume de produção. Enquadram-se nesta categoria as despesas com aluguel, serviços de segurança, limpeza, planos de telefonia e manutenção de equipamentos, entre outros.
Por outro lado, custos variáveis são aqueles que acompanham o ritmo de produção da empresa, sofrendo alterações de acordo com o aumento das vendas ou da prestação de serviços.
Em empresas mais tradicionais, os custos variáveis estão atrelados à demanda da produção, abrangendo uma maior quantidade de matéria-prima.
No âmbito de uma startup que tem a tecnologia e a prestação de serviços como coração, esses custos estarão mais relacionados com a mão de obra necessária. Por exemplo, a quantidade de horas extras trabalhadas e a contratação de outros colaboradores devido ao crescimento do negócio.
Assim, a categorização entre custos fixos e variáveis dependerá da natureza e do funcionamento do seu negócio. O que importa é registrar esses custos e se preparar para as oscilações.
Conheça a margem de lucro dos produtos
Ao registrar seus custos, você poderá conhecer com mais eficiência a margem de lucro dos produtos e serviços que oferece. Esse também é um ponto importante na gestão financeira para startups.
Se a empresa tiver mais de um produto, é importante analisar o desempenho deles separadamente, identificando aqueles que têm a margem de lucro mais alta.
Esses dados embasarão a decisão de continuar com determinado produto, investir mais em outro ou dividir o que é oferecido em produtos menores.
Assim, a startup pode montar seu portfolio de modo que traga um retorno sobre investimento positivo.
Controle o fluxo de caixa
Controlar o fluxo de caixa é outro passo importante na gestão financeira para startups. Muitos empreendedores não conseguem manter registros detalhados das receitas e despesas; assim, acabando por perder o rumo das finanças.
O fluxo de caixa é onde deverão ser registradas todas as movimentações econômicas: as entradas e as saídas de valores da empresa.
As saídas correspondem aos gastos com insumos, salários e pagamentos de fornecedores, entre outros custos necessários para a empresa funcionar.
Já as entradas consistem nos valores que chegam ao caixa da empresa, sendo provenientes de vendas de produtos ou serviços, comercialização de ativos e recebimentos de dívidas, entre outros.
O fluxo de caixa ajuda a identificar corretamente as contas que mais consomem recursos da empresa e as fontes que mais contribuem com receitas. Também considera a análise dos saldos em contas correntes e do caixa.
É uma das ferramentas de gestão financeira que podem ser solicitadas por potenciais investidores antes deles aportarem recursos na startup.
Tenha um capital de giro
O empreendedor deve entender o conceito de capital de giro e utilizá-lo corretamente no seu negócio.
O capital de giro corresponde ao montante necessário para a startup se manter em pleno funcionamento. Esse é um recurso que oferece maior segurança nos momentos de dificuldade financeira ou diminuição do faturamento da empresa.
Uma reserva de capital bem estruturada e de acordo com as necessidades da startup conseguirá manter as operações financeiras em dia, como pagamento de fornecedores, salários e impostos, entre outras.
Identifique fontes de receita o mais rápido possível
Todas as dicas anteriores sobre gestão financeira para startups não adiantarão muito se o seu negócio não gerar receitas e lucro.
Mesmo que você tenha um capital de giro considerável, um dia ele acabará.
Mesmo que você consiga ganhar uma rodada de investimentos, os novos sócios querem lucrar.
Portanto, é essencial que você identifique o mais rápido possível quais serão as fontes de receita da sua startup. Existem diversos formatos que podem ser adotados. Falaremos de alguns aqui:
Taxa de utilização
Receita gerada pelo uso proporcional de serviços. Ou seja, quanto mais o serviço é usado, mais o cliente paga. Por exemplo, as diárias do Airbnb ou entregas de pacotes por peso e volume;
Assinaturas
Consiste no acesso contínuo a um serviço disponibilizado pela startup. Por exemplo, podem ser plataformas com músicas, como o Spotify, serviços de contabilidade ou armazenagem de documentos na nuvem;
Licenciamento
Clientes pagam uma taxa para poder usar produtos e serviços de propriedade intelectual protegida. É o que ocorre, por exemplo, no setor de tecnologia, onde proprietários de patentes concedem a outras empresas o direito de usar algo que desenvolveram em troca de uma taxa;
Freemium
Neste modelo, a empresa oferece serviços básicos de forma gratuita e os usuários, caso queiram incorporar outras funcionalidades, devem pagar por elas. Por exemplo, as redes sociais, como LinkedIn e Facebook, e seus sistemas de anúncios pagos.
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