Inovadoras, modernas, tecnológicas, certamente se você é empreendedor, ou tem o desejo de empreender, já ouviu falar sobre empresas de tecnologia do tipo startup. De fato, é um termo que está na moda e se tornou o sonho de muitos empreendedores, aqui e no exterior. E os números não deixam mentir.

O Brasil é destaque entre os países da América Latina e já possui mais de 13 mil startups, segundo dados da Startup Base. São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro lideram o ranking dos estados com o maior número de startups no país. Essas empresas de base tecnológica abrangem diferentes mercados: educação (edtechs), saúde (health techs), finanças (fintechs), transporte, agronegócio (agtechs), telecomunicação, e-commerce, indústria, serviços e inúmeros outros.

Hoje, é impossível pensar na nossa vida sem lembrar de grandes startups que revolucionaram o mercado e o mundo, transformando processos antigos e engessados e criando soluções disruptivas e inovadoras. As startups, sem dúvida, mudaram a forma como vivemos e nos relacionamos com o mundo.

Mas, assim como todo negócio, criar uma startup não é uma tarefa fácil. Por isso, antes de se aventurar nesse mercado, é hora de buscar conhecimento, estudar e se preparar. Afinal, o que é startup? O que a difere de uma empresa de base tradicional? Quais os passos para ter a sua startup? Vamos lá!

Startup é uma empresa de base tecnológica, com um modelo de negócios repetível, escalável e sustentável, que vive em um cenário de riscos e incertezas. Elas podem atuar em diferentes áreas e mercados, e utilizam a tecnologia como a base para as suas operações.

Um erro comum das pessoas é associar as startups a empresas digitais, mas elas não se limitam apenas a isso. Para ser considerada uma startup, é preciso que a empresa tenha uma proposta de negócio inovadora e com um grande potencial de crescimento.

O termo startup nasceu no Vale do Silício, na época chamada de “bolha da internet”, no início dos anos 1990, quando surgiram empresas gigantes como a Apple, o Google e o Facebook.

Em geral, toda startup começa como uma pequena empresa, mas nem toda pequena empresa é uma startup. Para compreender o que é uma startup, é preciso entender melhor as características que a definem e o que a diferencia de um negócio tradicional. Vamos lá!

Inovação

Essa é a principal característica que define o que é uma startup. Toda startup é uma empresa que precisa propor soluções inovadoras, fora do comum, que apresentem uma nova maneira de resolver problemas. Para isso, devem oferecer produtos ou serviços que revolucionam ou até mesmo criam mercados que eram inexistentes ou pouco explorados até então.

Ser escalável e repetível

Negócio escalável é a capacidade que as startups possuem de cresceram rapidamente e de forma exponencial, sem precisar expandir na mesma proporção os custos e a estrutura. Para que esse crescimento aconteça, é necessário que o negócio seja repetível. Repetível significa um negócio capaz de entregar o mesmo produto ou serviço em escala potencialmente ilimitada, sem muitas customizações ou adaptações para cada cliente.

Capacidade de sobreviver em um cenário de incertezas

As startups, normalmente, surgem em ambientes com problemas grandes e pouco explorados. Por isso, dificilmente é possível saber se a ideia de negócio irá dar certo, se o produto ou serviço terá aceitação do público ou como o negócio irá gerar lucro. Não existe um manual sobre como ser bem-sucedida. É essencial, então, que o empreendedor tenha resiliência e capacidade de sobreviver em um cenário de extrema incerteza.

Flexibilidade

Toda startup deve ter a capacidade de se adaptar com agilidade, organizar seus processos de forma dinâmica, tomar decisões com rapidez e saber se adequar às possíveis mudanças do mercado. A flexibilidade é característica fundamental para uma startup sobreviver.

Custos baixos para manter o negócio funcionando

Muitas startups surgem no mercado com pouco ou nenhum investimento inicial. Por isso, é essencial saber fazer o negócio expandir, utilizando para isso o mínimo de recursos. Toda startup deve ter, então, a habilidade de trabalhar com estruturas enxutas, saber cortar despesas e reavaliar processos. O time também deve ter apenas as pessoas essenciais ao desenvolvimento do negócio.

Burocracia reduzida

Startups são, por natureza, empresas inovadoras e por isso, sem muita burocracia interna para a tomada de decisões. Em um cenário de riscos e incertezas, onde tudo pode mudar rapidamente, as startups precisam ser ágeis e desburocratizar processos. Isso faz com que os seus funcionários tenham mais autonomia, flexibilidade e segurança para atuar, propor ideias e introduzir melhorias no negócio.

Planejamento e pesquisa

Por atuarem em um mercado repleto de incertezas, os fundadores de startups precisam se planejar e pesquisar muito. Para conseguirem criar produtos ou serviços que solucionem problemas reais, é preciso conhecer a fundo os anseios e necessidades do público-alvo, para que a ideia se concretize em um negócio viável e lucrativo.

Analisando essas características principais que definem uma startup, fica fácil compreender qual a diferença deste modelo de negócios para um negócio tradicional. Normalmente, uma empresa comum atua em um mercado já consolidado e oferece soluções já conhecidas, por isso, não precisa criar um negócio do zero, o cenário não é tão incerto e os riscos de fracasso são muito menores. Além disso, criar uma startup é solucionar dores ou problemas até então sem solução ou melhorar antigas soluções que já não são tão eficientes. Isso faz com que o desafio para quem está criando o negócio seja muito maior.

Outra grande diferença está nos objetivos: enquanto uma empresa tradicional busca uma rentabilidade e valor estável a longo prazo, o foco das startups é captar investimentos que lhes permitam consolidar seu modelo de negócio, crescer e aumentar os lucros de forma exponencial.

Muita gente deseja ser bem-sucedida, ter um próprio negócio e quer saber tudo sobre como montar uma startup. Agora que você já compreende o conceito, deve estar se perguntando: e como eu faço para criar a minha? Confira alguns passos abaixo:

1) Tenha uma ideia inovadora:

O empreendedor deve buscar oportunidades em problemas reais e identificar soluções para resolver uma dor da sociedade. Para saber se a ideia é realmente inovadora, o primeiro passo é fazer um trabalho de pesquisa, de entendimento do mercado e de identificação do tamanho do seu público potencial. É preciso verificar a possibilidade de desenvolvimento e escalabilidade da empresa. Além disso, você deve verificar se o seu modelo de negócio é replicável e se corre o risco de ser atacado por outras propostas de negócios.

2) Desenvolva sua ideia de negócio:

Se você já tem uma ideia inovadora, então o próximo passo é estruturar e planejar seu Modelo de Negócio. Para isso, você pode utilizar o Business Model Canvas, uma ferramenta de planejamento estratégico que te permite destrinchar a ideia em várias partes para descobrir se ela é ou não viável. Em um quadro com nove blocos, você terá uma representação visual do seu negócio,  identificando de que forma irá gerar e entregar valor ao seu cliente, e a real aplicação da sua startup no mercado.

3) Crie um protótipo:

É o momento de testar com o público se a sua ideia faz sentido. Um protótipo, ou Mínimo Produto Viável (MVP) é a representação simplificada de um produto ou serviço, com condições mínimas para que seja testado com potenciais clientes. É muito comum que empreendedores desenvolvam produtos ou serviços compatíveis com os seus desejos, mas que não refletem as reais necessidades do consumidor. Por isso, é essencial validar a ideia com o seu público-alvo. Se perceber que algo não está indo bem, você terá tempo de aperfeiçoar ou implantar melhorias, antes de lançar a sua startup no mercado.

4) Valide hipóteses no mercado:

Depois de descobrir o seu público potencial e qual a sua real dor, é fundamental entender a capacidade de crescimento do seu negócio. Para isso, você pode fazer pesquisas de mercado e obter feedbacks dos consumidores, validando sua ideia inicial ou mesmo enxergando a necessidade de pivotar (mudar a direção do seu negócio).

5) Busque parceiros:

Ter uma rede de contatos é fundamental para alavancar uma startup. Existem eventos, espaços de coworking, incubadoras, aceleradoras para trocar conhecimentos e experiências com outras pessoas do ecossistema. Busque participar desses ambientes e criar uma rede de networking, além, é claro, de buscar o apoio de mentores.

6) Capte recursos:

Uma excelente maneira de levantar capital é encontrar um sócio investidor ou investidor anjo que aposte na sua tecnologia em troca de uma participação. Mas, sabemos que essa não é uma tarefa fácil. Uma alternativa é participar de programas de aceleração ou pré-aceleração que colocam os empreendedores em contato direto com investidores em potencial.

O Sebrae Minas conta com o programa Fator S, uma jornada completa para startups, com soluções desde a fase de ideação até aceleração.

Saiba mais!

Não podemos falar sobre a criação de startups sem lembrar o conceito de Lean Startup, uma metodologia criada por Eric Ries, em seu livro “The Lean Startup”, que possibilitou um novo modelo de pensamento para os empreendedores. 

Lean Startup significa, pela tradução, “startup enxuta”. A ideia é exatamente a de “enxugar” os processos de criação de uma startup.

Para aplicar o lean startup, o empreendedor precisa ter em mente a diminuição de desperdício de tempo, custo e recursos e, ao mesmo tempo, entregar cada vez mais valor ao cliente. Utilizando as técnicas, é possível chegar a bons resultados. Mas exige-se dedicação e cuidado para não correr o risco de interpretar as práticas de forma incorreta.

A validação é uma das etapas mais importantes da metodologia lean. Eric Ries afirma que é preciso focar no que os clientes realmente querem e para isso não basta o seu palpite.  Ele defende até mesmo a prática de validação constante, sempre para realizar ajustes baseados no que o público precisa.

Antes de lançar um produto propriamente dito, deve ser criado um MVP (Mínimo Produto Viável) e buscar as opiniões dos potenciais clientes o mais rápido possível. Com base nas respostas obtidas, é possível desenvolver novas versões e fazer ajustes até encontrar o produto ideal.

Em resumo, a essência da metodologia Lean Startup é “construir, medir e aprender”. Ou seja, construir um produto, testá-lo no mercado, aprender com os resultados obtidos pelas métricas e corrigir a rota, quantas vezes for necessário, até que o produto esteja realmente atendendo ao que o mercado e o público precisa. É necessário que o empreendedor esteja aberto às falhas e entenda que elas são parte do processo, e que muitas vezes será preciso pivotar (mudar o rumo do negócio).

O Lean Startup revolucionou o mundo das startups porque tornou mais concreta a possibilidade de lançar um produto sobre o qual ninguém tem uma ideia formada ainda.

Fazer com que a sua ideia de negócio se transforme em um negócio repetível, escalável e sustentável é um caminho árduo. Para que tudo dê certo, a startup é uma empresa que deve passar por algumas etapas de desenvolvimento. Essas etapas são conhecidas como as fases de uma startup. São elas: ideação, operação, tração e escala. Vamos entender melhor cada uma delas.

Ideação

É o momento em que o empreendedor está entendendo o conceito do negócio e validando a sua ideia. Nesta fase, é comum surgirem perguntas como: quem é o meu cliente? O que o meu produto ou serviço oferece de fato e como entrega valor? Quais as dores do cliente e como estou solucionando? É o momento ideal para fazer pesquisas de mercado, criar o Modelo de Negócios e prototipar. Programas de pré-aceleração são indicados nessa fase.

Dizem que a fase de ideação é a “fase adolescente” de uma startup. É o momento de levantar hipóteses e validá-las com o seu público-alvo, a fim de amadurecer a ideia e entender a fundo seu modelo de negócio, antes de colocá-lo para operar.

Operação

Com a sua ideia de startup bem consolidada, chegou a hora de colocá-la no mercado, buscar clientes e expandir a sua operação.  Nesta fase, o produto ou serviço precisa estar necessariamente no mercado. É um bom momento para buscar programas de aceleração, incubadoras e até mesmo tentar rodadas de investimentos. Também vale buscar novos parceiros e expandir o networking.

Uma dica: fique atento aos KPIs (indicadores chave de desempenho) a partir desta fase. Definir os indicadores corretos e acompanha-los será essencial para entender o caminho que está indo e aonde deseja chegar, além de analisar o que está ou não dando certo. As tomadas de decisões ficam muito mais fáceis quando você tem uma visão clara do que está certo ou errado.

Tração

É o momento de maturidade da sua startup, de fazê-la crescer rapidamente em vendas, clientes e marketshare (fatia de mercado). Você já entendeu sobre os seus clientes e como funciona o processo de operação do seu negócio, então já pode dar passos mais certeiros e ousados. Aqui, vale rever o seu Modelo de Negócios para atualizá-lo e pensar estratégias para aumentar a carteira de clientes e o faturamento. O investimento em Marketing e Vendas será fundamental. Rodadas de investimentos e aportes também serão muito bem-vindos nesta fase.

Na fase de tração, um termo irá se tornar muito comum na vida do empreendedor: escalabilidade. Ou seja, a capacidade de o negócio crescer de forma acelerada, sem perder a essência.

Escala

A fase de escala diz respeito às startups que conseguem obter crescimento de 20% em três anos consecutivos, seja em receita ou no número de colaboradores. Alcançar esse crescimento exponencial não é para qualquer um. O modelo de negócios precisa estar muito bem consolidado para que a empresa não quebre na hora de crescer.

 

Entender o momento em que a sua startup se encontra é fundamental para traçar os passos e tomar as decisões. Cada fase demanda muito trabalho, tempo, disciplina e investimento, mas será essencial para que a sua startup consiga amadurecer e atingir o patamar que você deseja.

Se você tem o desejo de ter a sua startup, certamente já se deparou com alguns termos técnicos que se referem aos tipos de modelos de negócios e à forma como as empresas se relacionam com os seus clientes.

Segundo o Sebrae, modelo de negócio é o modo como uma empresa cria, entrega e captura valor, ou seja, como transforma seu trabalho em dinheiro. E, um dos elementos que ajudam muito no momento de definir o modelo de negócio de uma startup é o perfil dos consumidores, que pode ser: o próprio cliente final (B2C), outra empresa (B2B), o governo (B2G) e até toda a cadeia comercial (B2B2C).

Hoje, no Brasil, segundo dados da Startup Base, o modelo de negócios de maior destaque entre as startups é o B2B (business to business), com 47,89%. Em  seguida, surge o modelo B2B2C (business to business to consumer) e, em terceiro lugar, o modelo B2C (business to consumer).

B2B: Business to business

Uma startup B2B é aquela em que a venda de produtos ou serviços é realizada para outras empresas e, portanto, não visa o consumidor final.  Geralmente, essas transações ocorrem com prestadoras de serviços e grupos varejistas, que carecem de matérias-primas, softwares, sistemas, para viabilizar a entrega do seu produto ao consumidor final. Alguns exemplos são as startups Huggy, Sambatech e 99 Corp.

B2C: Business to consumer

No modelo de negócio B2C as empresas vendem diretamente para o consumidor final, sem nenhum intermediário. No Brasil, temos vários exemplos de startups B2C, como a Nubank, que oferece serviços financeiros; a Uber, que oferece soluções de mobilidade, ou o Ifood, que faz entregas de alimentos.

B2B2C: Business to Business to Consumer

Traduzido de forma literal, esse modelo de negócios significa “empresa para empresa para o consumidor”. Trata-se de um conceito em que a empresa vende diretamente ao consumidor, mas essa venda é intermediada por outro negócio. Ou seja, a operação de venda é realizada primeiro para uma empresa e, depois, para o cliente. Um exemplo são os e-commerces ou marketplaces, que oferecem a plataforma para que outras empresas revendam seus produtos. Nessa cadeia, todos saem lucrando.

B2G: Business to Government

É o termo que descreve as relações comerciais entre empresas e governos, onde as empresas prestam serviços ou fornecem produtos aos órgãos municipais, estaduais ou federais, ou até de outros países.

Esses são os modelos mais conhecidos, mas existem outros, como o C2C (Consumer to Consumer), B2E (Business to Employee) e D2C (Direct to Consumer). Conhecer sobre os diferentes modelos de negócios é essencial para escolher aquele que será o mais adequado para a sua startup.

Outra dúvida comum de muitos empreendedores é a diferença entre incubadoras e aceleradoras. Ambas auxiliam a sua startup no início, mas têm objetivos diferentes. Para escolher qual a melhor opção, você deve levar em consideração o estágio em que ela se encontra e o objetivo do seu negócio.

Incubadoras de empresas são locais que abrem espaços para que startups fiquem alocadas e desenvolvam suas ideias. Normalmente ligadas a institutos de pesquisa, universidades e esferas do governo, são responsáveis pelo impulsionamento de milhares de negócios.

Além do suporte estrutural das incubadoras de empresas, só o fato de o seu negócio começar junto com outros, em um mesmo ambiente, já é uma grande vantagem. O networking é parte essencial do processo.

Já as aceleradoras são programas criados por empresas públicas ou privadas com o objetivo de ajudar negócios em fase inicial a crescerem. Essa ajuda se dá de diversas formas: conexões e mentorias específicas, aporte financeiro, espaço físico, acesso a networking, compartilhamento de carteira de clientes, etc. Em troca desse apoio, geralmente as aceleradoras obtêm participação nas startups (conhecido como Equity). Essa participação é variável ao programa de aceleração e, em alguns casos, de negócio para negócio.

Principais diferenças entre incubadoras e aceleradoras

INCUBADORAS DE EMPRESAS

ACELERADORAS DE EMPRESAS

Apoiam pequenas e médias empresas de acordo com uma necessidade regional. Por exemplo: um Estado precisa expandir sua atuação no setor de agronegócio. O órgão responsável abre um edital e seleciona empresas para serem incubadas. Não são focadas em uma necessidade prévia ou regional. Procuram por empresas que têm capacidade de crescer muito rápido, com produtos e serviços altamente escaláveis.
Exigem um Plano de Negócios, uma vez que envolve verba pública. É necessário ter mais formalidade. Exigem um Modelo de Negócios, (saiba como construir um com o Canvas), já que podem apostar em boas ideias.
Oferecem como apoio técnico um modelo tradicional de consultores, contratados por meio de subsídios ou desconto em razão da quantidade de empresas. O modelo de apoio técnico é feito em forma de “mentoring”: palestras ou conversas pessoais entre o empreendedor e um mentor.
Têm integrantes do setor público como líderes. Têm empreendedores mais experientes como líderes.

Nenhum modelo é melhor do que o outro. Você pode tanto precisar de aceleradoras quanto de incubadoras de empresas. Basta avaliar em qual fase seu projeto está e do que você precisa para decidir.

Um dos grandes desafios enfrentados por empreendedores é o de conseguir investimentos financeiros para levar a sua startup adiante.

Como já dissemos, startups são empresas em estágio inicial que apresentam produtos ou serviços novos e até mesmo podem criar mercados antes inexistentes. Por esse motivo, investimentos em startups são considerados de risco, já que não é possível saber ao certo a aceitação do público e se a startup irá de fato alavancar.

Obter crédito pelos meios tradicionais, como os bancos, então, torna-se mais difícil, além dos altos juros embutidos. Mas existem projetos que financiam startups e instituições que oferecem programas de apoio. Vamos conhecer algumas formas de obter capital para as startups.

Familiares e amigos

Muitas das startups em fase inicial saem do papel graças ao apoio de familiares e amigos próximos. Essa é uma forma mais informal de conseguir investimento, mas pode funcionar se for bem acordado. É importante deixar claro que a solução pode não dar certo e que você pode não ter como retornar o dinheiro imediatamente.

 

Investidor-Anjo

São investidores que apostam seu capital próprio em empresas nascentes com alto potencial de crescimento. Normalmente, são empreendedores experientes, que agregam valor para o empreendedor com seus conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos além dos recursos financeiros. Esse é o tipo mais comum de investimento para startups, sendo que empreendedor e investidor assinam um contrato, no qual uma porcentagem dos lucros vai para o investidor. A plataforma Anjos do Brasil estimula a conexão entre investidores e startups.

 

Aceleradoras

Participar de programas de aceleração é uma alternativa para quem deseja obter investimentos. Além do suporte técnico, espaço físico, conexões e mentorias, dentre outras vantagens, muitas aceleradoras oferecem investimentos em troca de participação no negócio. Para participar desses programas, o negócio passa por um processo seletivo que leva em conta diversos critérios (cada programa tem seu próprio edital e busca soluções em determinado estágio, área de atuação ou mercado).

 

Investimento Seed

seed capital, ou capital semente, é um tipo de fundo em que uma pessoa jurídica passa a ter participação em empresas que estão em fase embrionária, ou por vezes são apenas uma boa ideia. É um modelo de financiamento dirigido a projetos em estágio inicial ou estágio zero, em fase de projeto e desenvolvimento, antes da instalação do negócio, onde um ou mais grupos interessados investem os fundos necessários para o início do negócio, de maneira que ele consiga se sustentar até conseguir novos aportes financeiros.

 

Fundos de Investimentos (Venture Capital)

O Venture Capital — também conhecido como capital de risco — diz respeito ao investimento que grandes empresas fazem em startups para acelerar seu desenvolvimento. Ou seja, a empresa compra uma participação acionária na startup, sendo geralmente uma startup que faça parte da sua cadeia de produção ou que seja de uma área de atuação que a empresa tenha interesse em fomentar.  Por ser um investimento de valor muito maior (normalmente milhões), uma startup, para receber esse aporte, já deve estar em estágio de desenvolvimento intermediário ou mais avançado.

É importante observar que cada fundo de investimento possui o chamado “tese de investimento”, que especifica em quais tipos de negócios eles pretendem investir.

Venture Builder

Venture builder é uma organização focada em desenvolver novas empresas de forma sistemática, atuando ativamente para o crescimento e o sucesso por meio de aportes financeiros indiretos. Os investimentos são de acordo com as áreas que cada startup precisa para se desenvolver, ou seja, a rota é muito mais otimizada e personalizada. Além disso, a captação de startups é contínua.

As companhias também são conhecidas como “fábrica de startups” e “estúdios de startups”. O modelo mescla características das incubadoras, aceleradoras e venture capital, sendo que fornece todo o planejamento estratégico, a captação de recursos financeiros e humanos e estrutura física.

 

Corporate Venture Capital

O corporate venture capital é uma prática de investimento em novos negócios que se origina nas empresas. Geralmente são as de grande porte que oferecem aportes para startups em troca de participação nos lucros ou direito de voto, além de buscar fortalecer a cultura inovadora.

Normalmente, a startup que recebe investimento está dentro do segmento da grande corporação, complementando seus serviços ou produtos. Assim, mais tarde, a empresa pode absorver o novo negócio, como se deu com a Nest, do Google.

Dentre os benefícios do corporate venture capital para as organizações, estão: participar da cultura inovadora e acompanhar o mercado mais de perto, criando uma relação estreita e duradoura. Por meio do corporate venture, as organizações podem inovar sem precisar mexer em sua estrutura interna, o que seria quase impossível em muitos casos.

O modelo ideal de investimento para uma startup varia de acordo com o estágio de desenvolvimento do negócio (ideação, validação, tração, scale-up) e do que os seus fundadores têm em mãos e estão dispostos a oferecer em troca desses investimentos. Por isso, é essencial que você entenda, em primeiro lugar, em qual fase a sua startup está, para então ir atrás de investidores.

Uma dica é sempre se colocar no lugar dos investidores para avaliar se a sua startup tem potencial – e condições – para receber investimentos.

Preparamos algumas dicas para te ajudar a captar investidores. Vamos lá!

Construa uma boa rede de networking

Quanto mais diversificada for a sua rede de contatos, maior a chance de conseguir um investidor. Busque participar de eventos de inovação, rodadas de negócios, hackathons, espaços de coworking, programas de pré-aceleração, aceleradoras e incubadoras.

Esteja sempre preparado para mostrar porque o seu negócio precisa de investimento e o que exatamente você vai fazer com a injeção de dinheiro, além dos possíveis retornos sobre o investimento.

Trabalhe bem com os números

Ter metas e demonstrar como você pode alcança-las, além de mostrar bom entendimento sobre os próprios resultados, através de indicadores assertivos, atrai investidores. Nunca se esqueça que investidores procuram retorno sobre o que investem, por isso, quanto maiores as evidências de sucesso do negócio (traduzidas em números), maiores as chances de conseguir capital.

Esteja ligado às tendências

Investidores e empresas investem em startups para se manter atualizados perante o mercado e buscando soluções inovadoras, por isso é necessário que você ofereça exatamente isso.

Escolha o tipo de investidor certo

Como já foi falado, isso irá depender do estágio em que a sua startup se encontra e do que pode oferecer em troca dos investimentos.

Não se esqueça: se você tem uma ideia inovadora, terá que trabalhar duro para atrair a atenção para o seu projeto e para que alguém resolva de fato investir e apostar no seu negócio.

Transformar uma ideia em um modelo de negócios sustentável, em um cenário de incertezas e riscos, e em mercados pouco ou nunca explorados, não é tarefa fácil. Boas ideias surgem a todo momento, mas são muitos os obstáculos para que elas se tornem de fato negócios promissores.

No Brasil, a burocracia e o tempo para a abertura das empresas, a alta carga tributária, os juros altos na tomada de crédito e a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada são um dos desafios mais comuns para empreendedores que desejam criar a sua startup.

Mas existem outros, como: manter a saúde financeira do negócio, fazer gestão de pessoas, criar um plano de marketing, etc. Muitas vezes, os sócios têm espírito empreendedor, mas não têm os conhecimentos necessários para fazer a gestão do negócio de forma eficiente. Por isso, é essencial buscar qualificação nessas áreas e, mais do que isso, ter um time de profissionais com habilidades e competências diversas que consigam atuar nessas frentes.

É por isso que é tão importante saber escolher as pessoas certas no momento de montar o time para a sua startup. A multidisciplinaridade é fator chave para o sucesso do negócio. Você vai precisar de profissionais de diferentes áreas, com capacidades, conhecimentos técnicos e habilidades comportamentais diversas.

Uma equipe multidisciplinar permite que as pessoas contribuam de formas diferentes e complementares em prol do objetivo do negócio. Esse trabalho colaborativo estimula a criatividade e a geração de novas ideias, o que gera uma vantagem muito positiva para a empresa: profissionais mais engajados e motivados. Além disso, como a multidisciplinaridade traz pontos de vistas e experiências distintas, é muito mais provável que surjam ideias e soluções inovadoras no negócio.

Lembre-se: no mercado atual, as soft skills (habilidades comportamentais) são tão ou mais importantes que as hard skills (habilidades técnicas). Especialmente quando falamos de startups, os dois tipos de habilidades se tornaram complementares. No caso das soft skills, as mais valorizadas hoje pelo mercado são: comunicação eficaz, flexibilidade, pensamento crítico, resiliência, empatia, liderança e ética no trabalho e capacidade de resolver problemas.

Tenha preferência por ter, no seu time, pessoas com os dois tipos de habilidades. Ou seja, de um lado colaboradores que tenham conhecimentos sobre ferramentas e técnicas para desenvolver o negócio, e do outro colaboradores que saibam solucionar problemas e realizar as tarefas com inteligência.

Em essência, startups são ambientes disruptivos, que oferecem um clima descontraído, dinâmico e flexível de trabalho. Ao contrário de grandes corporações, trabalhar em startups oferece a possibilidade de ter uma visão ampla do negócio e de desenvolver diversas habilidades, sem ficar preso a hierarquias definidas ou processos engessados.

Conheça algumas características essenciais para quem deseja trabalhar em uma startup.

Ser multidisciplinar:

startups normalmente nascem com equipes reduzidas, o que significa que será preciso uma postura colaborativa e de aprendizado entre todos, independente das áreas.

Ter capacidade de autoaprendizagem:

por serem empresas em desenvolvimento inicial, as startups não possuem um passo a passo definido. Por isso, os desafios fazem parte da rotina diária, o que vai exigir que você desenvolva novas funções, habilidades, e até mesmo atue em áreas que nunca atuou antes.

Ser flexível e adaptável:

você já sabe que startups atuam em cenários de riscos e incertezas. Em um ambiente em constante mudança, você terá que ser flexível e saber se adaptar aos altos e baixos.

Assumir riscos calculados:

essa é uma característica que todo empreendedor deve ter, independente do negócio. Mas, no caso das startups, é ainda mais importante devido ao cenário totalmente incerto. Tomar decisões baseadas em riscos calculados é habilidade valiosa.

Ter resiliência e saber lidar com fracassos:

trabalhar em uma startup é testar ideias e hipóteses o tempo inteiro, que muitas vezes não irão dar certo. Em vários momentos você terá que adaptar, remanejar a rota ou mesmo pivotar (mudar totalmente o rumo do negócio). Desenvolver a resiliência e não ter medo do fracasso são características essenciais para quem atua no mercado de startups.

Falhar rápido e aprender com o erro:

é melhor falhar no início, e falhar rápido, do que descobrir o erro muito tempo depois, quando o impacto para o negócio será muito maior. Nas startups, é preciso testar continuamente as ideias, errar rápido e aprender com os erros, até que você esteja de fato seguro e certo para seguir em frente com a sua ideia. É testando e arriscando que se inova.

E então, você se sente preparado para encarar o desafio de trabalhar numa startup? Pode ter a certeza que, por mais desafiador que seja, as startups oferecem um ambiente de rico aprendizado e experiência para todo empreendedor, que irá te fazer desenvolver habilidades e comportamentos que nunca imaginou antes.

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