Neuromarketing para negócios

19/04/2018 | Empreendedorismo

A cada dia cresce o estudo e investimento em técnicas que pretendem melhorar a efetividade das empresas, de seus produtos e serviços. Um campo que vem se aprimorando neste sentido, em especial dentro do marketing, é o Neuromarkting. Ele traz uma visão sobre sobre o comportamento da mente humana diante de tomadas de decisão. Neste texto, vou esclarecer algumas informações sobre esta área de estudos. Confira o texto e saiba como usar o Neuromarketing para negócios.

  1. O que é neuromarketing

Neuromarketing é o estudo que abriga dois campos: neurologia e marketing.

Através dos estudos feitos, essa ciência busca compreender os estímulos físicos e acima de tudo, os psicológicos, identificando áreas do cérebro suscetíveis à estímulos. O estudo mostra o comportamento humano em ações de compra, aceitação e processamento de informação.

Com a junção entre os estudos científicos e as técnicas de marketing é possível mensurar e analisar resultados e percepções através de testes e observações feitas pelos estudiosos da área.

O neuromarketing está ganhando cada vez mais espaço nas grandes empresas e corporações e tem mostrado sua eficácia em diversas áreas, proporcionando descobertas incríveis sobre a mente do consumidor e aumentando vendas.

  1. Neuromarketing x marketing

 Não há data certa para o início dos estudos de neuromarketing, mas sabe-se que surgiu pela necessidade de aprimorar as estratégias de venda e convencimento. O indivíduo age, na maioria das vezes, de forma inconsciente, reagindo à impulsos e estímulos.

O ser humano toma decisões baseado em parâmetros que ele mesmo desconhece e toda as explicações para as atitudes estão ocultas no cérebro. Os estudos de neuromarketing surgiram para compreender esse comportamento e adaptar as formas de abordagem às práticas de consumo.

  1. Objetivos do neuromarketing

 De forma geral o neuromarketing busca os mesmos resultados do marketing tradicional, aumentar vendas e melhorar estratégias, mas de forma muito mais eficaz e com ênfase no comportamento psicológico humano. O estudo se baseia no entendimento de desejos, reações, impulsos e motivações para alcançar o propósito máximo: vender mais.

Alguns objetivos e ações que podem ser percebidos de forma clara são:

  • Reformular a comunicação

Ficou cada vez mais difícil inovar e construir estratégias que façam com que o receptor e consumidor se sintam tocados. Faz parte do estudo investigar e selecionar maneiras que afetem a forma que a comunicação é percebida.

  • Aperfeiçoar o formato das mídias

Com tantas transformações acontecendo, é necessário aperfeiçoar os modos e formatos da mídia existente. Através de atualizações e adaptações, o neuromarketing busca melhorar as abordagens publicitárias a fim de aumentar resultados positivos.

  • Entender melhor o consumidor

É fato que cada indivíduo possui maneiras próprias de pensamento e comportamento. Entendendo melhor o que cada perfil de público espera é possível atender de forma efetiva suas expectativas.

  • Compreender os estímulos cerebrais

Ao se deparar com certas situações, cada indivíduo reage de uma forma, mesmo que isso não seja externalizado. Observando o comportamento cerebral do consumidor, é possível traçar objetivos e formas eficazes de convencimento. 

  1. Neuromarketing e comunicação empresarial

 O neuromarketing deve ser pensado como forma de estratégia empresarial no setor comunicacional. A forma em que a marca se comunica com seus clientes é pesquisada e definida através de estudos de adequação. A linguagem, os meios utilizados e os canais em que os anúncios são veiculados fazem parte de uma junção de elementos que buscam aprimorar cada vez mais a atuação da marca no mercado.     

  1. Neuromarketing e comportamento do consumidor

O consumidor está exposto o tempo todo à anúncios e campanhas com o intuito de vendas. A tomada de decisão de compra é afetada por impulsos psicológicos do inconsciente, pesquisas feitas revelam que 90% das decisões de compra são tomadas de forma inconsciente. Muitos fatores como afinidade, afetividade e preferências são levados em conta nesse momento, mas experiências e contatos anteriores com a marca podem ser decisivos.     

  1. Neuromarketing no mercado.

Cada vez mais o neuromarketing é aplicado nas empresas e no mercado em diversos formatos:

  • Branding

As marcas são intimamente ligadas ao psicológico, elas podem construir símbolos significados e afetividade. Construir uma marca com base nos estudos de neuromarketing é mais do que necessário na atualidade. A marca diz quem sua empresa é, seus valores e posicionamento. O consumidor cria relações próximas às marcas que utiliza.

Um dos cases mais famosos relacionados ao neuromarketing é o de uma pesquisa realizada utilizando a Coca-Cola e a Pepsi.

Em 1975 foi feito um teste cego em shoppings e supermercados. Algumas pessoas experimentaram os dois refrigerantes e mais da metade dos participantes preferiu o gosto da Pepsi ao da Coca-Cola, mas ao contrário do que se esperava, a Coca-Cola continuou líder em vendas.

Parece contraditório, mas pode ser perfeitamente explicado utilizando teorias do neuromarketing. A Coca-Cola construiu uma marca sólida, que além de vender bebidas, vende experiências. Os consumidores se baseiam na relação emocional. A promessa é vender felicidade e não refrigerante. 

  • Design

 Cores, modelos, formas, textos, imagens e estilos são importantes para um produto. O consumidor busca combinações agradáveis aos olhos. Estudos de psicologia já revelaram a importância do uso dessas informações na composição de uma peça. Os anunciantes sabem que o que vende não são os produtos em si, mas sim a forma como eles estão embrulhados.

A marca de cosméticos brasileira Lola inova nas embalagens. Sempre com cores chamativas, formatos inusitados e trocadilhos, a embalagem conquista pelo humor. 

  • Eficácia no PDV

 Experiências sensoriais são mais do que necessárias. O consumidor não compra apenas um produto, ele busca sensações e experiências. Pontos de vendas com experiências sinestésicas vendem muito mais.

Ambientes com chão de madeira, por exemplo, relembram e transmitem a sensação de aconchego, de casa. O que pode recuperar a memória emocional e afetiva de alguns consumidores. Já locais que utilizam vidro e inox transmitem modernidade, minimalismo e transparência.  A Vivo utiliza muito bem os dois modelos integrados, passando ao cliente a sensação de aconchego e tecnologia.

A Fast Shop utiliza o PDV para transmitir sensações. Com móveis brancos e iluminação azulada, a loja mostra inovação e tecnologia.

Sentidos como o olfato, por exemplo,  podem ser utilizados. Algumas empresas utilizam o cheiro como identidade e fazem com que os clientes guardem essa memória e a relacionem sempre com a marca.

  • Storytelling

Storytelling é a técnica de criar narrativas interessantes em torno do serviço/produto. Com histórias bem contadas as emoções e sensações são despertadas na mente do consumidor. Fazendo assim com que seu produto seja lembrado mais facilmente.

A marca Do Bem conta a história da origem das  laranjas da linha Sucos Do Bem e estimula o consumidor, criando afetividade com os produtos. Aproximando a marca do público e afetando o emocional de cada um.

  1. Os 5 sentidos e o neuromarketing

Sabemos que o corpo humano é dotado de cinco sentidos. O que nos possibilita interagir com o mundo exterior. Isto ocorre por meio de determinados órgãos do corpo humano. Eles enviam ao cérebro as sensações, utilizando uma rede de neurônios que fazem parte do sistema nervoso. O neuromarketing se vale desses sentidos para promover experiências. Vejamos a relação entre eles.

  • Estímulos visuais

Diversos estudos revelam teorias sobre a psicologia das cores. Não é por acaso que a maioria dos fast-foods utilizam em seu branding e sinalização de marca cores como vermelho e amarelo. O vermelho é um tom que desperta fome e a aumenta o apetite, já o amarelo influencia na rapidez da sua refeição e estadia no restaurante.

  • Estímulos olfativos

O tempo todo somos influenciados pelo cheiro dos ambientes. Restaurantes e lojas criam fragrâncias próprias, estudadas a fundo para conquistar a mente dos consumidores.

A Melissa, marca brasileira, possui como identidade o cheiro de chiclete, tanto no PDV, quanto nos produtos.

  • Estímulos Sonoros

Durante o dia somos afetados por inúmeros sons e eles podem nos dizer muita coisa sobre determinados produtos. Já ouviu o motor de uma Harley Davidson? O som é inconfundível, por onde as motocicletas passam são reconhecidas. 

  • Estímulos Táteis

A Havaianas se consagrou no mundo todo. O sucesso da marca é tão grande que além de chinelos, criou outros produtos. A sensação de pisar na borracha do chinelo é transmitida em vários objetos, como cases para celular e necessaires. 

  1. Como usar neuromarketing para negócios?

  • Compreenda de onde sua empresa vem e onde ela pretende chegar, para assim, traçar planos e metas. Depois de definir a essência da sua marca é hora de colocar em prática. Descubra as dores do seu cliente e consumidor, saiba o que ele gosta, como ele age, quais são suas preferências e perspectivas.
  • Entenda como ele pode ser afetado e o que você pode fazer para afetá-lo. Mostre seus diferenciais no mercado e quais serão as oportunidades e benefícios proporcionados.
  • Invista em comunicação, design e pesquisa. Só assim sua marca irá transmitir os valores necessários. Posicionamento de mercado é importante, ele garante a personalidade da sua marca.

 

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Varejo e moda – Comportamento do consumidor

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