Em primeiro lugar, sobre este tema, é preciso saber que cidades inteligentes são aquelas que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida da população. Por isso, essa mudança é feita com base na otimização dos recursos e da infraestrutura.
Para que isso aconteça, a tecnologia é uma ferramenta fundamental. Assim, toda a área urbana se torna cada vez mais sustentável. Além disso, também são incentivados o desenvolvimento da população e a mobilidade.
Eventualmente, desse modo, é criado um município sustentável e criativo, que, por meio do planejamento de sua área urbana, utiliza de forma estratégica os recursos disponíveis.
Portanto, dentre as ações utilizadas pelas cidades inteligentes, podemos citar:
- reuso de água;
- investimento em energias renováveis;
- coleta seletiva de lixo,
- priorização de meios de transporte não poluentes;
- práticas sustentáveis que contribuem com a preservação do meio ambiente.
Pilares das cidades inteligentes
Certamente, as cidades inteligentes representam um conceito que vai muito além de tecnologia e internet em todo lugar. Por isso, a base e a principal finalidade de uma cidade inteligente são as pessoas. Portanto, é para o bem-estar e o desenvolvimento da população que a cidade inteligente deve estar voltada.
Inclusive, desse modo, é possível dizer que uma cidade inteligente se desenvolve com base nos seguintes fatores:
- conhecimento, aprendizado e criatividade;
- aspectos tecnológicos e empresariais;
- comunidade inteligente.
Atualmente no Brasil, existe a Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, que trata diretamente do tema “cidades inteligentes” no Brasil. Assim sendo, ela é composta por gestores, especialistas e pesquisadores das maiores cidades brasileiras. Estes, por sua vez trabalham sobre o tema “cidades inteligentes” desde 2010. Assim sendo, têm grande experiência e vários estudos em políticas públicas para cidades inteligentes.
Por isso, em seu artigo As Cinco Camadas da Cidade Inteligente, a instituição apresenta de forma detalhada os aspectos mais relevantes que compõem uma cidade que pode ser realmente considerada inteligente. Em seguida, veremos cada um deles.
5 camadas das cidades inteligentes
Primeira camada
Eventualmente, a primeira camada, evidentemente, é composta pelas pessoas. Portanto, com a finalidade de ter cidades inteligentes, primeiramente é necessário compreender certos aspectos da vida da população local: como é a composição dela e quais são as suas necessidades. Além disso, não se pode ignorar os problemas que a população enfrenta no presente e os seus anseios para o futuro.
Segunda camada
A segunda camada caracteriza o subsolo da cidade. Em resumo, é preciso compreender as suas redes de água, esgoto, telefonia, energia e fibra óptica, dentre outros. Portanto, nas cidades inteligentes, aA tecnologia favorece a implantação de galerias técnicas, com sensores na tubulação para que haja uma conexão entre tecnologias para reduzir os custos de serviços e a manutenção dos sistemas.
Terceira camada
A terceira camada é o solo. Desse modo, podemos considerar o que está acima dele. Logo, as cidades inteligentes precisam ter, essencialmente: trabalho, educação, lazer e moradia. Além disso, devem ser planejadas para evitar grandes deslocamentos por parte da população e também reutilizar recursos na medida do possível. Portanto, o transporte coletivo deve ser incentivado, além de meios não poluentes, como as bicicletas.
Quarta camada
A quarta camada é a tecnologia. Em resumo, podemos considerar como uma referência de estrutura uma cidade inteligente que tenha uma central de operações. Inclusive, ela é a responsável pela gestão, iluminação e também pela rede de fibra ótica. Inclusive, esses são requisitos básicos da quarta camada.
Quinta camada
A quinta camada é a Internet das Coisas (IoT). Ou seja, é o meio para tratar os dados e trabalhar com inteligência artificial para a gestão da cidade inteligente.
Eventualmente, nesse conceito, entram diversas estruturas necessárias para o bom funcionamento da cidade. Por exemplo: semáforos inteligentes, prestação de serviços à população, segurança, educação etc. Inclusive, naturalmente, isso impacta as empresas e cria oportunidades de negócios. Além disso, segundo o artigo, uma cidade só pode ser considerada inteligente quando apresenta trabalho nas cinco camadas.
Portanto, as camadas podem e devem ser tratadas de forma paralela e integrada umas com as outras. Certamente, é preciso que as cidades inteligentes desenvolvam um Plano Mestre de Cidade Inteligente. Assim, os conceitos são integrados gradativamente à vida das cidades já existentes.
Além disso, vale frisar que, sem trabalhar cada uma das camadas, a cidade ainda poderá ser digital ou sustentável. Até mesmo um exemplo de mobilidade urbana. No entanto, não será uma cidade inteligente.
Em síntese, as cidades inteligentes estão um plano acima das digitais e sustentáveis. Por isso, em uma nova visão, podem ser consideradas como a origem das demais.
Cidades inteligentes pelo mundo
Eventualmente, no mundo, existem várias cidades que aderem ao conceito. Dentre elas, podemos citar alguns exemplos, tais como: Songdo, na Coréia do Sul e Laguna, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará.
Songdo, na Coreia do Sul, foi a primeira cidade inteligente do mundo. A construção foi iniciada em 2005 e tinha data final prevista para 2018, mas começou a ser habitada bem antes.
Dessa forma, Songdo é uma cidade inteligente planejada para 40 mil moradores, totalmente comandada por tecnologia, com o emprego de uma rede wireless. Por exemplo, todos os serviços, desde a coleta de lixo até o controle de trânsito, são gerenciados por sistemas inteligentes.
Além disso, a cidade conta com mobilidade inteligente, com veículos que são elétricos ou se deslocam na água, além de mais de 25 km de ciclovias. Além disso, para evitar engarrafamentos, a cidade conta com sensores no solo, que identificam a velocidade dos veículos e calculam o tempo necessário para os semáforos.
Cidade inteligente do Brasil
No Brasil, o assunto ganhou relevância a partir da criação da primeira cidade inteligente de baixo custo do mundo. Ela foi desenvolvida em São Gonçalo do Amarante, no Ceará.
Inclusive, durante o Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios 2019 (Ciclos), em Cuiabá (MT), o tema foi abordado em um dos painéis.
A executiva Susanna Marchionni, CEO no Brasil da Planet Smart City — empresa responsável pela obra — foi uma das palestrantes do evento. Em entrevista ao Sebrae, ela disse:
“Primeira do mundo, lançada no Ceará, com infraestrutura de altíssima qualidade, serviço de tecnologia ao alcance de todos, mas, antes de tudo, pessoas. As cidades inteligentes devem sim ter tecnologia, mas pensada como meio e não como fim. No final, o mais importante é a inclusão social, porque as pessoas são o centro da sociedade.”
Esperamos que o conceito de cidades inteligentes inspire você a fazer negócios de uma maneira cada vez mais criativa e sustentável.
Oportunidades de negócios
O novo conceito das cidades inteligentes ainda se apresenta de forma lenta no Brasil, mas representa grande transformação para os negócios. Inclusive, representa mudança de paradigmas no trabalho nos negócios, que passam a ser realizados dentro da localidade onde as pessoas moram.
Além disso, surgem oportunidades em áreas como sustentabilidade, permitindo que empresas deste ramo atuam com consultorias cada vez mais especializadas. O mesmo ocorre para empresas de reaproveitamento de lixo e inovação, com soluções disruptivas para as novas cidades e a forma de abastecimento delas, por exemplo.