Inovação para pequenas empresas é um tema muito discutido e evidenciado nos últimos anos. Ouvimos falar sobre isso a todo momento, desde pequenas inovações que geram valor às nossas tarefas diárias até tecnologias disruptivas que revolucionam o mercado e o mundo.

Ao mesmo tempo, esse termo ainda parece distante para a maioria dos empreendedores, que associam inovação a altos investimentos em infraestrutura ou maquinário. Muitos dizem que é caro, demorado, ou que inovação é algo fora do seu alcance. Se você também pensa assim, está na hora de mudar seus conceitos.

Estamos imersos em um mercado globalizado e dinâmico, com novas tecnologias surgindo a todo momento, que interferem diretamente no comportamento e nas necessidades do consumidor. Investir em inovação e tecnologia é fundamental para que as micro e pequenas empresas se fortaleçam, acompanhem as mudanças do mercado e consigam enfrentar empresas maiores, se tornando mais competitivas e sustentáveis.

Quando falamos em inovação para pequenas empresas, não estamos nos referindo apenas a inovação tecnológica ou mudanças disruptivas que alteram radicalmente o seu produto, serviço ou modelo de negócio. Inovar pode estar nos pequenos detalhes, seja na criação de novos modelos de vendas, apresentação de um produto, alteração de um simples processo ou na maneira como você se relaciona com os seus clientes.

Vamos mostrar que a inovação significa algo possível, acessível e que pode se tornar parte da cultura de qualquer negócio, independentemente de seu tamanho. Também vamos mostrar algumas ferramentas práticas que facilitarão esse trabalho.

Para começar, o que todo empreendedor deve entender sobre inovação é que ela se faz de forma simples e prática. Qualquer melhoria que você faz no seu pequeno negócio, um problema que você soluciona para facilitar a vida e gerar valor ao seu cliente é considerado um tipo de inovação.

Um exercício prático que você deve fazer é entender com clareza as deficiências que sua empresa tem e os pontos de melhoria que você pode desenvolver por meio da inovação. Olhe para dentro do seu negócio e para a forma como você impacta o negócio do seu cliente.

Quando pensamos para dentro da micro e pequena empresa, estamos falando em adotar tecnologias, novas estruturas de gestão ou melhorias operacionais que vão reduzir seus custos e aumentar sua rentabilidade. Quando olhamos para a empresa do cliente, estamos pensando em entender suas dores para que possamos solucioná-las por meio de um novo produto ou serviço, por exemplo.

Inovação para pequenas empresas precisa estar sempre associada ao seu caráter prático. Ao invés de imaginá-la como algo grande, inalcançável, comece com um olhar micro, localizado, tentando entender como aprimorar seus processos, atendimento ou prestação de serviços. À medida que for aplicando essas pequenas melhorias, uma após a outra, você já estará praticando a inovação em sua empresa.

A inovação só acontece quando alguém bota a mão na massa e a realiza. Não adianta ficar divagando e imaginando coisas sem colocá-las em prática. Ela pode ocorrer tanto por iniciativa e vontade de um líder – seja o dono de uma grande empresa, seja um microempreendedor individual (MEI) – como também por meio de um gestor ou empregado. Mas, se ficar apenas na teoria, a inovação não passa de uma ideia, sem efeito algum no negócio.

O que é inovação?

O conceito mais simples de inovação é algo financeiramente viável, feito para atender uma necessidade do mercado. Mas podemos ir mais a fundo, definindo-a como:

“Introdução de novidade ou aperfeiçoamento nunca antes aplicada na empresa, que resulte em novos produtos, processos ou serviços. Nas organizações empresariais, a inovação tem três propósitos: criar diferencial, neutralizar a concorrência ou aumentar a produtividade.”

A principal característica da inovação é a sua capacidade de gerar resultados para o negócio e trazer valor para o cliente. Esses resultados podem ser percebidos no aumento de vendas, redução de custos, aumento da eficiência produtiva ou do número de clientes.

O maior desafio para as empresas ainda é tornar a inovação um elemento permanente e presente em suas estratégias, desde a organização de processos, novos modelos de negócio, até a concepção e entrega de produtos ou serviços, o que chamamos de cultura de inovação.

Confira este e-book preparado pelo Sebrae
sobre Inovação e Tecnologia

Para implementar a cultura de inovação em sua empresa e incentivar a criatividade, você deve se ater a alguns aspectos importantes, que abordamos a seguir.

1) Cultive lideranças inovadoras

Para que exista uma cultura de inovação bem definida para pequenas empresas, é preciso investir em lideranças que consigam dar autonomia para as pessoas inovarem. A rotina dentro de uma empresa pode desestimular esse tipo de atitude, mas é papel dos gestores promover um espaço de troca, onde todos se sintam livres para expor novas ideias.

A cultura de inovação faz com que o profissional avalie o cenário e busque novas soluções para problemas antigos ou corriqueiros. Os líderes que estimulam o pensamento inovador estão gerando benefícios não só para a empresa, mas também para o colaborador que estará sempre se desafiando.

É fundamental que as barreiras hierárquicas não sejam tão rígidas, de forma que todos se sintam livres para soltar sua criatividade e inovação. Além disso, é papel do líder integrar as pessoas para que elas não tentem fazer tudo sozinhas: inovação é colaboração, todos devem trabalhar de forma conjunta.

2) Cultura de inovação é trabalho de todos

Muitas pessoas não pensam em si mesmas como inovadoras ou criativas, embora todos tenham potencial para isso. O problema em parte está no modelo de gestão tipo comando-controle (eu mando você obedece) com pouco espaço para o diálogo e troca. Em vez de forçar sua equipe a seguir o tempo todo processos totalmente engessados, incentive-os a descobrir novas formas de fazer as coisas e escute o que seus colaboradores têm a dizer.

Criatividade e inovação não são realizadas apenas em laboratórios e no desenvolvimento de produtos novos ou melhorados. Deve estar presente em todos os departamentos, grupos de trabalho e equipes. Ao envolver todos, sua empresa ganha muito, seja no atendimento ao cliente seja na satisfação de colaboradores.

3) Dê espaço para a criatividade

Apesar de estarem bastante relacionadas, criatividade e inovação não são a mesma coisa. A criatividade se refere à capacidade de criar coisas novas, de gerar novas ideias a partir do que já é conhecido. Ela não é um dom inato, ao contrário, é uma habilidade que pode ser desenvolvida e estimulada. Já a inovação é o processo para transformar as ideias em realidade, algo que também pode ser chamado de execução inovadora.

Para que a inovação aconteça, a empresa deve ter um ambiente propício para que a criatividade seja estimulada e as ideias tomem forma, senão, elas nunca sairão do papel. Aqui, mais uma vez a importância de uma gestão inclusiva e horizontal, aberta ao diálogo, que dê aos funcionários autonomia e liberdade criativa.

4) Valorize a diversidade

Novas ideias não surgem em espaços onde as pessoas pensam da mesma forma. Ter na equipe pessoas com histórico, experiência, qualificação, visão de mundo e vivência diferenciada fortalece o poder de criatividade e inovação da empresa como um todo.

Por essa razão, preocupe-se sempre com a diversidade das equipes. Uma ideia é diminuir as restrições e o pré-requisito das vagas, é o caso de abrir para pessoas com conhecimentos variados que têm muito a oferecer aos projetos.

5) Invista em capacitação

Inovação não acontece sem aprendizado. Se inovar é trabalho de todos, a empresa precisa oferecer os meios para que as pessoas desenvolvam suas habilidades, tenham contato com o mercado e assim, consigam ter novas ideias.

A capacitação tira o profissional da zona de conforto, estimula o pensamento crítico e o coloca em contato com novas tecnologias e ferramentas. Hoje, no mercado, existem diversos cursos disponíveis até mesmo na Internet que podem ser feitos gratuitamente.

A equipe é, sem dúvida, o maior capital que uma empresa dispõe para vencer desafios e, quando bem preparados e dirigidos, atuam como agentes da mudança da cultura da empresa e potencializadores da inovação em um produto ou processo. A chave para a inovação é ter uma equipe bem capacitada.

6) Busque fontes de conhecimento e parcerias

Interagir com fontes de conhecimento é outra condição importante para uma empresa inovar e incorporar novas tecnologias. Utilizar-se de conhecimentos disponíveis em centros e institutos de pesquisas, universidades, artigos técnicos e setoriais, acessar palestras e seminários disponíveis no ambiente on-line, por exemplo, pode ser um caminho para implementar a inovação. Como a oferta de informações é grande, é importante que o empreender sempre busque por fontes confiáveis de dados.

Aqui, vale lembrar o conceito de “Inovação Aberta” proposto em 2003, pelo professor e pesquisador Henry Chesbrough, em seu livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating And Profiting from Technology”. De acordo com esse conceito, em um modelo de inovação aberta a empresa irá buscar no ambiente externo parceiros, tecnologias e recursos, que possam gerar sinergia com seus projetos de inovação. A ideia é promover uma forma de inovação mais colaborativa e diversa, onde todos compartilham resultados.

Ou seja, a empresa amplia seus horizontes e expande a busca da inovação para além das suas fronteiras, abrindo suas portas para startups e universidades e, ao mesmo, disponibiliza suas próprias criações para outras organizações, formando uma grande rede em torno da criação de uma inovação.

7) Fique atento às tendências de mercado

É tentador associar inovação apenas a tecnologia. No entanto, não faz sentido inovar ou empregar uma tecnologia disruptiva quando elas não estiverem alinhadas a algum tipo de mudança social.

Henry Ford e Steve Jobs eram gênios inovadores, mas que, só com a tecnologia, não teriam mudado tanto o mundo. Suas melhores “sacadas” foram criar inovações para tendências de mercado e necessidades de seus consumidores.

Tudo isso ajudou Henry Ford e Steve Jobs a conquistarem uma cultura de inovação que transformou as dinâmicas do mercado e resultou em novos modelos de negócio, produtos e serviços conhecidos e utilizados hoje por todos.

Tendências podem vir em vários formatos: ideias antigas com roupagem nova, tecnologias totalmente inovadoras ou que apresentem um “boom” gigante no início e depois diminuam. O importante, como empreendedor, é ficar atento ao que acontece por aí. Mesmo que não seja feita exatamente para a sua vida ou empresa, uma solução pode oferecer uma visão de mundo totalmente nova.

8) Defina objetivos e mensure o progresso

Assim como qualquer projeto, a implementação de uma cultura de inovação deve ter objetivos e resultados esperados. Defina métricas que comprovem a eficácia de cada ação e faça a medição ao longo do tempo para conhecer o progresso e entender o que precisa mudar.

Pense em quais áreas é mais importante existir inovação: desenvolvimento de produtos, produção, prestação de serviços, marketing, vendas, atendimento e/ou logística. Baseado nisso, você pode começar a medir quantas ideias inovadoras foram criadas, quantas aconteceram de fato e qual foi o resultado final.

Se você tem dificuldade em realizar mensurações na sua empresa, confira nosso post sobre OKRS (Objetivos e Resultados-Chave).

O Sebrae Minas preparou um material completo para te ajudar a desenvolver o mindset inovador e trabalhar características e habilidades relacionadas à criatividade.

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Para que uma inovação de fato aconteça, é preciso que seja de forma sistêmica e organizada. É aqui que entra o conceito de gestão da inovação, ou seja, a estrutura que permite que todas as ideias e processos inovadores sejam aplicáveis em uma organização. Na prática, esse trabalho é composto por ações de planejamento, organização, gerenciamento e controle.

Confira algumas dicas para estruturar a gestão de tecnologia e inovação de forma prática:

1) Inclua a inovação na estratégia da sua empresa: o direcionamento estratégico da empresa precisa abranger ações de inovação que estejam alinhadas aos objetivos do negócio, para promover a sinergia entre os recursos disponíveis (humanos, materiais, tecnológicos e financeiros).

2) Tenha uma estratégia clara de inovação: tenha uma orientação clara sobre onde e como a inovação irá levar a sua empresa para a frente. Certifique-se de que estratégia é compartilhada e compreendida entre todos da empresa. Estabeleça os objetivos, recursos, envolvidos e diretrizes para que o processo de inovação aconteça.

3) Defina qual o tipo de inovação e tecnologia sua empresa precisa: entender sobre os tipos de inovações, bem como suas características e aplicações é o primeiro passo na escolha da sua estratégia. Falaremos disso de forma mais detalhada mais à frente.

4) Implemente sistemas e ferramentas que favoreçam a inovação: existem hoje diversos métodos, técnicas, tecnologias e ferramentas que facilitam para que a inovação se instale no dia a dia das organizações. Podemos citar as metodologias ágeis e a utilização do Design Thinking, por exemplo. Iremos abordar esses métodos e como eles funcionam mais à frente.

5) Crie um ambiente propício à inovação e criatividade: já falamos sobre a importância de desenvolver uma cultura de inovação e criatividade. Para que elas aconteçam, é preciso que exista um terreno fértil. Por isso, é necessário ter lideranças inovadoras, investir em pessoas, estimular o mindset criativo, dar autonomia e espaço aos colaboradores. Inovação para pequenas empresas se faz de forma colaborativa.

O papel da gestão da inovação nas micro e pequenas empresas é tornar o ambiente de negócio propício para conceber, desenvolver e implantar ideias inovadoras, de forma que essas ideias se materializem em novos produtos, serviços, processos tecnologias ou modelos de negócios. Por isso é tão importante que o processo seja bem definido e que a empresa tenha estratégias claras e os aparatos necessários para fazer a inovação acontecer.

Conhecer os tipos de inovação, suas características e aplicações pode trazer modificações significativas para o seu negócio. Para encontrar o modelo mais viável diante dos recursos disponíveis, é necessário conhecimento para escolher entre os caminhos possíveis e aquele que melhor se adequa a sua empresa.

Em primeiro lugar, é preciso entender que existem dois graus de inovação: incremental ou radical. Basicamente, no caso da inovação incremental, trata-se de uma melhoria de produtos ou serviços dentro da ideia de “fazer o que sabemos, mas de forma melhor”. Ou seja, é quando se implantam pequenas melhorias ou atualizações nos produtos, serviços ou processos já existentes.

Um exemplo prático é quando o Facebook muda o design da plataforma. Neste caso, a empresa não criou algo novo, mas otimizou a plataforma visando oferecer melhor experiência aos usuários. Ou quando uma empresa decide mudar as embalagens de algum produto, visando torná-la mais funcional, por exemplo. A inovação incremental acontece com muito mais frequência no nosso dia a dia por ser mais barata, menos arriscada e complexa, se comparada à inovação radical.

No caso das inovações radicais, podemos defini-las como aquelas que levam à criação de um novo mercado, podendo ou não ser disruptivas. Neste caso, estamos falando de inovações que de fato introduzem novidades e alteram a lógica de um mercado, por isso, exigem um investimento mais significativo de tempo e recursos.

Um exemplo é a Uber, que mudou radicalmente a lógica do mercado de transporte, oferecendo uma nova maneira das pessoas se locomoverem pelas cidades, de forma mais dinâmica e mais barata. Ou o AirbnB, que criou uma nova forma de hospedagem completamente diferente dos hotéis. Em ambos os casos, foram criadas novas unidades de negócios.

Agora que já abordamos os graus de inovação, vamos aprofundar nos diferentes tipos de inovações e como eles se aplicam.

  • Inovação de produtos ou serviços
    É caracterizado pela criação, otimização ou exploração de novos produtos ou serviços que são oferecidos aos consumidores. Podemos considerar aqui tanto as modificações nas características de produtos ou serviços, quanto as alterações em ferramentas, funcionalidades e design. O objetivo é sempre realizar melhorias significativas, visando agregar ainda mais valor ao seu público-alvo e a forma como ele se relaciona com aquele produto ou serviço.
  •  Inovação em processos
    Esse tipo de inovação é caracterizado pelas transformações que acontecem nas ações e atividades que fazem parte da operação de uma empresa. Pode ser focado na diminuição de custos, aumento da produção, melhoria da qualidade de produtos, etc., sempre visando melhorar a capacidade produtiva de uma determinada operação ou de toda uma cadeia produtiva.
  • Inovação em Marketing
    É quando a empresa introduz novas formas de comercializar seus produtos ou serviços e de captar clientes. Pode ser investindo no ambiente digital, por meio das redes sociais, apostando em novos canais de venda ou em novas ferramentas de marketing que agreguem ao negócio. Qualquer nova estratégia de marketing, seja no ambiente físico ou digital, visando o crescimento da empresa, pode ser considerada uma inovação em marketing.
  • Inovação em logística
    É o tipo de inovação que trata do transporte e distribuição de determinado produto ou serviço. O foco da inovação logística pode ser aumentar a velocidade das entregas, atingir novos mercados, aumentar a eficiência ou criar novas formas de chegar ao consumidor. Recentemente, a Amazon chamou a atenção do mundo ao anunciar um novo serviço de entrega de produtos comprados pela internet utilizando drones.
  • Inovação de Modelo de Negócio
    Trata basicamente de como uma empresa entrega valor ao cliente e recebe por isso. A maioria das startups mais famosas do mundo foram pioneiras nos seus modelos de negócios, como por exemplo a Uber, AirbnB, Ifood e Nubank.
  • Inovação Tecnológica
    A inovação tecnológica é um termo usado para se referir à concepção, construção e aperfeiçoamento de produtos e serviços, pelo emprego de novas técnicas, equipamentos e ferramentas tecnológicas.

Implementar sistemas que favoreçam a inovação para pequenas empresas não só é possível, como pode ser feito de forma ágil. Ou seja, inovar pode ser uma prática incorporada ao cotidiano de qualquer pequeno negócio. Selecionamos abaixo alguns métodos e ferramentas que facilitam o exercício frequente da criatividade e inovação no ambiente empresarial.

  • Processos Lean

Também conhecidos como “lean manufacturing”, os processos lean foram realizados pela primeira vez pela Toyota, que os transformou em uma filosofia de práticas e resultados valendo-se de processos mais ágeis e enxutos. Segundo a definição do Lean Institute Brasil, a essência dos processos lean é a contínua eliminação de desperdícios e a resolução sistemática de problemas. Para isso, é necessário repensar os modelos de liderança, gerenciamento e desenvolvimento de pessoas. Uma força de trabalho engajada resulta em melhorias e ganhos sustentáveis.

Apesar de seu início na manufatura e em ambientes fabris, os processos lean para a melhoria contínua podem e devem ser aplicados a diversos outros setores, como saúde, tecnologia da informação (TI) e prestação de serviços.

  • Canvas

Também conhecido como Business Model Canvas, o método Canvas é uma representação visual que ajuda o empreendedor a enxergar melhor as questões estratégicas do seu negócio. São nove quadros onde devem ser inseridas informações sobre os componentes mais importantes do negócio: proposta de valor, segmento de clientes, canais, relacionamento com clientes, atividades-chave, recursos principais, parcerias, fontes de receita e estrutura de custos.

No final, é possível ter uma visão completa de como seu negócio vai operar no mercado e uma definição de fluxos e processos, assim como a forma que irá gerar valor para os clientes.

Além do Business Model Canvas, outras ferramentas visuais como Mapa da Empatia, Matriz CSD, Jornada Consumidor e Percepções de Marca, podem ajudar a sua empresa a inovar e prosperar.

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  • Design Thinking

O Design Thinking é uma abordagem centrada na experiência do usuário para solucionar problemas e criar projetos inovadores, por meio da observação e experimentação. Basicamente se resume a usar o modo de pensar e agir dos designers em nossos negócios e em nossas vidas.

O Design Thinking permite a construção de novos produtos, serviços e melhorias de processos de forma coletiva e colaborativa a partir do foco no ser humano, juntando o desejo das pessoas com o que é econômico e tecnicamente viável para as empresas.

  • Design Sprint

Desenvolvida pelo Google Ventures (departamento da Google que financia novas empresas de tecnologia), o Design Sprint é um modelo baseado no Design Thinking mas que aborda e resolve problemas de forma estruturada, com etapas e ferramentas pré-definidas, usadas dentro de um intervalo de tempo específico. O objetivo é agilizar a implementação de uma ideia, melhorando sua efetividade.

Normalmente, uma equipe é reunida de forma dedicada durante cinco dias para responder questões críticas de um produto ou negócio, usando ferramentas de design, criando protótipos e testando suas ideias com os clientes.

De maneira geral, possui cinco fases:

1) Escuta: coleta de informação, entrevista, pesquisa, observação e compreensão das motivações e necessidades do cliente.

2) Definição: declaração explícita dos problemas e desafios a serem enfrentados e resolvidos por sua empresa.

3) Ideação: traduza em oportunidades o que observou e busque possíveis soluções para resolver o problema, a partir de sessões de brainstorming (chuva de ideias).

4) Prototipagem: fase experimental, feita em pequena escala e ambiente controlado, para prever problemas e evoluir a solução antes do lançamento. Crie modelos ou simule situações para validar as ideias.

5) Teste: disponibilize a alguns de seus clientes um Mínimo Produto Viável (MVP) para que testem e apontem os ajustes necessários. A partir disso, monte um plano de ação, com uma lista de tarefas, responsáveis, prazos e metas para viabilizar o produto ou melhoria.

O Design Sprint pode ser usado por empresas que estão em período inicial, projetos internos ou até mesmo aplicado àquelas ideias guardadas na gaveta que precisam ganhar forma.  O objetivo de empregar Design Sprint é achar uma solução rápida para um problema e validar o seu sucesso junto ao usuário sem altos investimentos de desenvolvimento.

  • Scrum

Trata-se de um tipo de metodologia ágil criada para planejamento e gestão dinâmica de projetos, principalmente quando não há uma previsibilidade do resultado final.

O Scrum não é um processo padronizado, linear, no qual você segue uma série de etapas sequenciais de maneira sistemática. Pelo contrário. Com entregas parciais e contínuas, ele se utiliza de períodos curtos e muito bem definidos para apresentar resultados que, aprimorados ao longo do processo, irão, lá na frente, se tornar um produto final elaborado, produzindo boas entregas para seus clientes.

Adotar a metodologia ágil Scrum garante que você acelere os resultados dos seus processos e tenha produtos finais muito mais sólidos e viáveis. Mas, para tanto, é fundamental investir em capacitação de pessoas que sejam capazes de aplicar esse modelo.

Nesta metodologia existem papéis e responsabilidades que não se confundem umas com as outras:

a) Mestre Scrum: tem a missão de assegurar que todos sigam o Guia Scrum, obedecendo regras, “rituais” e processos. Ensina, corrige e orienta os demais membros do time como se comportar e representar bem o seu papel.

b) Dono do produto: responsável por definir as melhorias a serem implementadas, a prioridade das entregas e a visão de produto de acordo com as expectativas dos clientes. Sabe exatamente o “quê” deve ser feito, mas não é ele que determina o “como”. Principal interface com o cliente final.

c) Time de desenvolvimento: todos os outros membros do time, aos quais cabem as tarefas de pensar, criar e implementar as inovações pedidas pelos clientes.

  • Mínimo Produto Viável (MVP)

Quando se está na fase inicial de um negócio ou de desenvolvimento de um produto, aplicar a metodologia do Minimum Viable Product (ou MVP, como é mais conhecido) pode ajudá-lo a identificar uma série de melhorias. Inclusive a testar se aquela ideia realmente faz sentido para seus clientes, evitando desperdício de tempo e dinheiro.

A ideia por trás do MVP é desenvolver uma versão de teste do seu projeto, com o mínimo investimento financeiro e de tempo, reunindo as características básicas para que ele seja inserido no mercado.  Assim, é possível testá-lo e validá-lo com o seu público, para então, investir todo o recurso necessário ao seu desenvolvimento.

O MVP é muito associado a empresas de base tecnológica (startups), mas não se restringe apenas a elas. Pequenas, médias ou grandes empresas podem utilizar a metodologia do MVP para otimizar seus recursos.

  • KPIs ou indicadores

Alice, quando estava perdida no País das Maravilhas, sem destino e sem saber que caminho tomar, pediu informações a um gato. Prontamente, ele respondeu: “quando a gente não sabe para aonde vai, qualquer caminho serve”.

Por isso, definir os KPIs (Key Performance Indicators ou Indicadores-Chave de Desempenho, em português) é essencial para todo empreendedor que deseja ter uma visão geral da empresa e entender o quanto ela cresce em determinados períodos de tempo. Sem saber onde quer chegar, você não chega a lugar nenhum!

O KPI é um indicador que revela o desempenho de algum aspecto da empresa. Existem indicadores que podem ser usados para a maioria dos empreendimentos e outros mais específicos para cada tipo de empresa. Para escolher os seus, é só verificar quais fatores são mais relevantes para o seu negócio, assim como a ferramenta adequada para medi-los.

Ao entender o que é KPI e adotar um conjunto deles, empreendedores e gestores estão aptos a diagnosticar quais estratégias da empresa precisam ter continuidade, quais devem ser intensificadas e quais exigem ser repensadas. Assim, conseguem tomar decisões com segurança, buscando o crescimento com base em dados objetivos.

Como já dito, não tem como pensar em inovação para pequenas empresas, sem pensar em tecnologia. Vivemos em um mundo interconectado e a cada dia surgem novas tecnologias para facilitar o nosso dia a dia e melhorar a nossa qualidade de vida. As tecnologias digitais estão presentes em todas as áreas, na educação, na saúde, na segurança, no transporte, na indústria, no varejo, no agronegócio, etc. Elas são capazes de revolucionar processos, produtos e serviços e a forma como eles são realizados e entregues ao público final.

O investimento em inovação e tecnologia é essencial para todo dono de um pequeno negócio. Hoje existem diversas ferramentas e softwares que proporcionam benefícios significativos ao pequeno negócio, como a otimização de entregas, o controle financeiro, a gestão de processos, a melhor interação com clientes, a automação do marketing, dentre vários outros.

Na maioria das vezes, os empreendedores afirmam não investir em tecnologias devido ao custo, mas a primeira coisa que você precisa saber é que não é algo necessariamente caro. A Internet tem como uma de suas principais marcas a acessibilidade, e lá você encontra muitas ferramentas gratuitas, ou com custo acessível, que irão proporcionar retornos imediatos ao negócio.

Certamente você já ouviu falar sobre Big Data, Internet das Coisas, Computação em Nuvem, Inteligência Artificial, Realidade Virtual ou Aumentada.

Para saber um pouco sobre cada uma dessas tecnologias
e como elas podem contribuir para a sua empresa, acesse
esse e-book criado pelo Sebrae: “Tecnologias Digitais para Pequenos Negócios”.

Quando pensamos em tecnologias digitais, muita gente associa imediatamente ao termo “Transformação Digital”. Em linhas gerais, ele se refere ao processo pelo qual as empresas fazem uso da tecnologia e inovação para atender clientes cada vez mais conectados à Internet, familiarizados com aparelhos eletrônicos e canais de relacionamento digitais.

A Transformação Digital é, portanto, uma mudança cultural, momento pelo qual estamos passando em que a tecnologia vem assumindo papel protagonista em nossas vidas e influenciando o modo de operação e estrutura das organizações.

Por isso, ela precisa ser inserida no DNA de toda empresa. Não basta realizar uma digitalização dos processos operacionais, é preciso buscar a transformação digital na essência do raciocínio humano, para elaborar inovações de forma mais rápida, funcional e efetiva.

As pessoas precisam estar dispostas a mudar e adotar novas formas de pensar e fazer as coisas. E aí a importância de desenvolverem um “mindset digital”, ou seja, uma mentalidade que lhes permitam pensar em soluções digitais para se alinhar ao processo de transformação da sociedade.

As empresas que pretendem se transformar digitalmente devem focar sempre no cliente. A tecnologia deve ser adotada visando gerar valor e proporcionar uma melhor experiência ao usuários de seu produto ou serviço, que são cada vez mais conectados, informados e exigentes.

 Preparamos um checklist com alguns passos para nortear seus processos de inovação e transformação digital. Vamos lá?!

1) Liderança: nomeie alguém que será o responsável por conduzir a transformação digital de sua empresa. Outras pessoas podem e devem fazer parte, mas é essencial ter um “líder” que reúna e coordene todas as iniciativas.

2) Tendências: identifique boas práticas e soluções que possam servir de exemplos de inovações para o seu negócio, desde aquelas adotados em grandes empresas como também por seus concorrentes. De que forma você pode usar as tendências de mercado a favor do seu negócio?

3) Pessoas: além de um líder é preciso definir quem vai fazer o quê em seu negócio e qual a função de cada um. Avalie se os seus colaboradores têm uma mentalidade digital, conexões com tecnologias e se estão preparados para que sejam parte do processo.

4) Processos: Avalie quais os processos da sua empresa e como podem ser melhorados. Quais as soluções digitais podem otimizá-los? Existe alguma plataforma ou aplicativo que pode te auxiliar?

5) Produtos: avalie qual o produto ou serviço que você oferece e se de fato estão gerando valor ao seu cliente. Se questione: usando o digital, como você pode melhorar os seus produtos atuais? De que forma pode torná-los mais produtivos, agregando novas tecnologias e gerando uma melhor experiência ao cliente?

Por fim, vale lembrar que o processo de transformação digital é longo e contínuo, por isso, o empreendedor deve estar sempre se atualizando, observando o mercado, estudando os concorrentes, analisando os processos e buscando entender as necessidades dos seus clientes, para oferecer os melhores produtos ou serviços.

Nos dias atuais, é importante lembrar que inovação e sustentabilidade devem sempre caminhar juntas. Não tem como pensar em inovação sem levar em conta os seus impactos ambientais, sociais e econômicos.

Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a situação do nosso planeta e, consequentemente, atentos ao que as organizações têm feito e desenvolvido para se tornarem mais sustentáveis.

A inovação e tecnologia podem ajudar bastante na construção de práticas sustentáveis, transformando processos de produção e práticas de gestão.  Você consegue pensar, por exemplo, em substituir materiais ou reorganizar o fluxo de algum procedimento da sua empresa para economizar água, luz ou diminuir custos com deslocamentos? Ou, quem sabe, numa forma de dar um novo fim a produtos utilizados no processo que, até então, eram descartados?

O simples fato de otimizar processos já é uma prática inovadora. Empresas que utilizam a inovação a favor da sustentabilidade ganham em eficiência, reduzem custos e se tornam muito mais competitivas.

Se você tem interesse em saber como aplicar práticas sustentáveis na sua micro ou pequena empresa, confira esse Guia Completo de Práticas Sustentáveis para qualquer negócio.

Lembre-se sempre que, para ser uma empresa reconhecidamente sustentável, as ações de tecnologia e inovação nesse sentido devem acontecer de verdade. Muitas empresas querem passar a imagem de ecologicamente corretas para convencer o consumidor enquanto, na prática, não há iniciativas efetivas que beneficiem o ecossistema ou reduzam o impacto ambiental.

Isso é o que definimos como “greenwashing” (banho verde), uma estratégia de marketing enganosa que tenta transformar empresas pouco sustentáveis ambientalmente em bons exemplos de conduta. Tenha atenção para que a sua empresa passe bem longe disso.

Se você chegou até aqui, certamente já percebeu a importância da inovação para a seu pequeno negócio e descobriu que inovar é um caminho sem volta. A inovação é um processo que deve acontecer de forma contínua nas empresas.

Por isso, é importante que o empreendedor monitore constantemente as mudanças que estão acontecendo no mercado, fique de olho nas tendências, nos hábitos e comportamentos de consumo. Além disso, esteja sempre atento à forma como sua empresa funciona, busque encontrar possíveis melhorias nos processos, nos produtos ou serviços, novos modelos de atendimento e relacionamento com seus clientes.

Como já dito, não são necessárias mudanças grandiosas para que a inovação aconteça, nem investimentos em tecnologias de ponta. A inovação e tecnologia para pequenas empresas acontece quando nos propomos a ter um olhar diferente sobre os mesmos problemas ou quando repensamos antigas formas de fazer as coisas. Inovar pode até ser vender o mesmo produto ou serviço de sempre, mas de uma nova maneira. Ela está ao alcance de todo empreendedor, seja de uma pequena, média ou grande empresa. Inovar é crescer, aposte nisso!

Programa ALI Brasil Mais

O Sebrae oferece um programa que leva a inovação até as pequenas empresas. No programa ALI Brasil Mais, agentes locais de inovação (ALI) vão até às empresas oferecer consultorias e acompanhamento personalizado, de acordo com as necessidades de cada negócio. Em 9 encontros, durante um período de quatro meses, são propostas ações para que o empreendedor consiga criar e implementar inovações em sua micro e pequena empresa, visando reduzir custos, otimizar processos ou melhorar os resultados do negócio

Sebrae Connect

O Sebrae, em parceria com a consultoria Beta-i Brasil, criou um programa para conectar os pequenos negócios a soluções tecnológicas inovadoras desenvolvidas por startups. No Sebrae Connect, o empreendedor tem acesso a soluções para os principais desafios enfrentados no dia a dia da gestão do negócio, nas áreas de Marketing Digital, Soluções Financeiras e Pagamentos, e Gestão de Operação e Processos. O programa conta com 75 startups, com condições especiais para os empreendedores.

Sebraetec

O Sebraetec leva soluções de design, desenvolvimento tecnológico, produção e qualidade e sustentabilidade a empreendedores que desejam inovar e maximizar os resultados de sua empresa. Além de conectar os pequenos negócios a fornecedores que podem desenvolver soluções nessas áreas, o Sebraetec oferece consultoria para inovação organizacional, inovação de marketing, melhoria de processos, eliminação de gargalos na produção e na operação das empresas.

Há diversos combos personalizados em que Sebrae paga até 70% do investimento em inovação como, por exemplo, na implementação de controles e melhorias de processos (Lean Service), redução de desperdícios, eficiência energética e otimização do espaço físico produtivo.

Olá, em que posso ajudar?